Rita Marrafa de Carvalho dedica palavras ao pai dos filhos: “É parte de mim”

Fotografia: Instagram Rita Marrafa de Carvalho

A repórter da RTP utilizou o seu espaço na plataforma feminista “Capazes” para escrever sobre a relação de amizade que mantém com José Carlos Ramalho, o pai dos dois filhos.

“O pai dos meus filhos é família. Somos uma família. Seremos sempre. O pai dos meus filhos, meu amor durante muitos anos, é parte de mim. Unem-nos os filhos. A cumplicidade. Uma paixão tornada amizade. A intensa convicção de que, quem o fere, fere-me. Que da sua felicidade depende a dos meus filhos. E, por tudo isso, a minha.” É assim que a jornalista da RTP1 Rita Marrafa de Carvalho, de 40 anos, começa o longo texto que dedica ao repórter de imagem José Carlos Ramalho, pai dos filhos, Miguel, de seis anos, e Mariana, de 11.

Rita elogia, sem pudores, o ex-marido e reconhece-lhe várias qualidades. “O pai dos meus filhos é um homem justo. Reto. Humanamente intocável. O pai dos meus filhos é um pai sublime. Que, como em tudo na vida, faz dos erros, ensino. Das falhas, aprendizagem. Que abraça os amigos de sempre. Que se comove com a traição. (…) É um homem bom. Sempre foi. Nunca lhe conheci mazela de caráter”.

Marrafa e Ramalho conheceram-se na estação pública de televisão.

Leia na íntegra o texto escrito pela jornalista na plataforma feminista “Capazes”:

O pai dos meus filhos é família. Somos uma família. Seremos sempre. O pai dos meus filhos, meu amor durante muitos anos, é parte de mim. Unem-nos os filhos. A cumplicidade. Uma paixão tornada amizade. A intensa convicção de que quem o fere, fere-me. Que da sua felicidade depende a dos meus filhos. E, por tudo isso, a minha.

O pai dos meus filhos é família. É um membro da minha e eu da dele. Não somos “ex” nada. Somos presentes amigos e companheiros na criação de dois. Ter filhos juntos é um plano para toda a vida. Um projeto sem retorno que não se quebra com assinaturas no cartório, guardas decididas ou desvinculações eclesiais. O pai dos meus filhos é um homem justo. Reto. Humanamente intocável. O pai dos meus filhos, que são meus, é um pai sublime. Que, como em tudo na vida, faz dos erros, ensino. Das falhas, aprendizagem. Que abraça os amigos de sempre. Que se comove com a traição. Que confia cegamente na ternura do universo. Seremos sempre uma dupla aos olhos dos nossos filhos, aos olhos dos outros, aos nossos. Porque atrás do olho verde, tem uma vista larga, em 16:9, que abrange a periferia do mundo e a frisa no quadriculado da câmara. Ou a imprime em folhas de um caderno, pequeno, que guarda no bolso de quando em vez. Olhos que brilham com o sucesso do outro. Com os sorrisos dos filhos ou as vitórias dos alunos. O pai dos meus filhos tem essa veia direita ligada ao peito dos meus filhos. Dos dele. Dos nossos. Que se mistura com a minha veia esquerda quando se encontra ali perto da aorta dele e dela. É um homem bom. Sempre foi. Nunca lhe conheci mazela de caráter. Pinta de crueldade. Um filho dedicado. Um genro cuidadoso. Um colega único. Com as falhas. Com as pequenas mentiras. Com as faltas dos outros. Protetor.

O pai dos meus filhos merece muito. Tudo. A lealdade dos fracos. A compaixão dos tolos. O respeito dos menores. Porque os maiores… são poucos.