“Aquele filho da p***”. O novo filme de Spike Lee é um recado para Donald Trump

O realizador norte-americano aproveitou, esta terça-feira, para dizer o que pensa sobre o presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, durante uma conferência imprensa do Festival de Cinema de Cannes.

Spike Lee esteve no certame, que está a decorrer até ao dia 19, para apresentar o filme “BlacKKKlansman”. Uma trama da sua autoria, que conta uma história baseada em factos reais, de um agente da polícia que se infiltra no Klu Klux Klan, um grupo de supremacistas brancos.

Na parte final da longa-metragem, o realizador colocou imagens reais de um protesto em Charlottesville, entre extremistas de etnia branca e ativistas antirracismo. Da situação, que ocorreu em agosto, acabou por resultar a morte de Heather Heyer, uma mulher de 32 anos.

“Sabia que tinha de incorporar estas imagens. Deram-me o número da Susan Bro, a mãe de Heather Heyer. Ela disse logo: ‘Spike, tem a minha autorização’. Assim que tive a sua permissão pensei: ‘Que se lixe o resto, esta cena vai ficar no filme’”, disse o profissional, de 61 anos, em conferência de imprensa.

O realizador, que ficou conhecido por filmes como “Malcom X” e “Chiraq”, foi mais longe ainda e atribuiu a culpa a Donald Trump. “Temos um homem na Casa Branca – nem se quer vou dizer o seu nome – que definiu mal aquele momento de Charlottesville para os EUA e para o mundo”.

“Aquele filho da p*** teve a oportunidade de dizer que nos Estados Unidos o que importa é o amor e não o ódio. Mas não, aquele filho da p*** não denunciou o Klu Klux Klan, a extrema-direita, nem os neonazistas. Foi um momento definidor, em que poderíamos ter dito ao mundo que somos muito melhores do que isto”, frisou Lee, pedindo desculpa aos jornalistas presentes pela linguagem utilizada.

A longa-metragem produzida com o apoio das produtoras Monkeypaw Productions e Blumhouse Productions vai estar disponível em todas as salas de cinemas dos EUA a partir do dia 10 de junho.

TEXTO: Tiago Firmino (com NA)

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