“Ela é uma resistente, uma sobrevivente”. O que Marcelo disse de Judite Sousa no lançamento do “livro da Judite”

Lisboa, 03/05/2018 - Realizou-se esta tarde a apresentação do novo livro Duas ou três coisa sobre Mim de Judite de Sousa. Judite de Sousa; Marcelo Rebelo de Sousa ( Nuno Pinto Fernandes/ Global Imagens )

Judite Sousa considerou-se esta quinta-feira “uma mulher com muita sorte” por ter Marcelo Rebelo de Sousa na apresentação do livro “Duas ou Três Coisas sobre Mim”, que a jornalista lançou ao fim da tarde na livraria Buchholz, em Lisboa.

“Ela é uma resistente, uma sobrevivente. É uma mulher que adora viver, para além de todos os problemas”, afirmou o Presidente da República durante a cerimónia, à qual chegou meia hora atrasado, sempre no seu ritmo apressado.

Depois da diretora adjunta de Informação da TVI já ter confessado aos jornalistas estar “muito honrada” com a presença de Marcelo, o próprio presidente recordou os encontros dominicais quando era comentador da estação. “Era ela que escolhia as perguntas e tinha umas manias fixas: uma delas era a candidatura presidencial. Foi uma, duas, 20, 30, 40, 50 vezes que me perguntou. Eu até me irritava com ela e dizia-lhe: ‘Oh Judite, eu não quero ser candidato presidencial, eu não vou ser candidato presidencial’. Tinhas umas manias…”, ironizou o agora inquilino de Belém.

Já a autora, considerou este “um livro intimista”. “É o oitavo livro que eu publico, mas é mais o livro da Judite do que o livro da Judite Sousa”, afirmou a diretora-adjunta de Informação da TVI aos jornalistas, revelando que este é um livro com “histórias, algumas profissionais, bastidores de reportagens, momentos duros, difíceis, em cenários de guerra, e depois crónicas mais pessoais”.

A profissional recordou parte da sua carreira, lembrando ser mulher “nunca foi um problema”. “Em trabalho sou muito destemida, levo tudo à minha frente”, afirmou.

“Tive o privilégio de ser testemunha profissional de grandes acontecimentos da segunda metade do século XX: o genocídio do Ruanda, a guerra da Bósnia, a transferência de Hong-Kong para a soberania da China, também na transferência de Macau para administração chinesa, várias eleições legislativas em Espanha e em França. São crónicas que refletem experiências profissionais muito intensas”, enumerou.

Garantindo que “o futuro é um presente contínuo”, Judite Sousa disse que vai continuar a trabalhar. Em breve, aliás, estará em Londres, para no dia 19 fazer a cobertura do casamento do Príncipe Harry, ao lado de Manuel Luís Goucha. “Este é o meu terceiro casamento real. Já estou especialista”, brincou.

Judite Sousa explicou que o livro agora lançado, e que sucede ao blog em nome próprio que criou no mês passado, é mais uma forma de dar a conhecer o outro lado da profissional. “As pessoas que lerem o livro vão conhecer uma pessoa que é muito diferente da imagem televisiva que passa, porque apresentar um jornal, fazer entrevistas ou moderar debates é uma coisa: a tudo isso corresponde uma imagem profissional devidamente formatada pelas regras televisivas. A escrita abre espaço para uma maior liberdade, e com as palavras certas falar das situações mais marcantes”.

Na apresentação do livro, para lá de Marcelo Rebelo de Sousa, estiveram presentes muitos amigos e colegas da jornalista.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, o administrador da TVI Luís Cunha Velho, José Alberto Carvalho e o diretor de informação da estação foram alguns dos convidados.

“Ela é a profissional mais completa deste país”, sublinhou Sérgio Figueiredo, acrescentando que “a Judite é uma self-made woman, uma mulher que se fez por si”. O responsável pela informação da estação realçou a cumplicidade com Judite Sousa. “Depois de uma relação profissional, criámos uma relação de amigos, uma relação de amparos”, concluiu.

TEXTO: Nuno Azinheira (com Tiago Firmino)