Festival da Canção: a noite dos pais, dos presentes e dos ausentes, numa semifinal de emoções

Fotografia: Pedro Pina/RTP1

Os 12 finalistas do Festival da Canção foram conhecidos domingo madrugada. Famílias estiveram em destaque. Israel obrigada a mudar a letra

Estão apurados os 12 finalistas do Festival da Canção para a noite decisiva, na RTP1, no próximo sábado, dia 9, que vai levar o concorrente português à Eurovisão, em Malmo, na Suécia, entre 7 e 11 de maio.

Buba Espinho, Cristina Clara, Léo Middea, No Maka (com Ana Maria), Silk Nobre e Rita Onofre (repescada pelo público) juntaram-se na madrugada de domingo, na segunda semifinal, aos participantes que já estavam apurados: Rita Rocha, Nena, Perpétua, Iolanda, João Borsche e Noble (repescado pelo público).

O concurso da RTP1 ficou marcado pela homenagem às famílias dos participantes: se Buba Espinho dedicou o tema “Farol” ao pai, Luís, antigo participante do Festival nos anos 70 e a passagem à final à mãe, desaparecida há poucos meses, Silk Nobre atuou perante os pais e não escondeu a motivação que os familiares lhe deram.

“O meu pai ficou muito orgulhoso da minha prestação e, mal soube que fui apurado para a final, a minha mãe foi a primeira pessoa em que pensei”, disse Buba Espinho aos jornalistas, já perto da uma e meia da manhã. “Faço um balanço muito positivo. Passei a mensagem que queria”, acrescentou o cantor de ‘O farol’, que não ficou nervoso por ter sido o primeiro concorrente a atuar: “Quando andava nas casas de fado, em Lisboa, era o mais novo e escolhiam-me sempre no início”, brincou.

Silk Nobre, com “Change”, tinha à frente do palco “os filhos e os pais”. “A gente que amo”, confessou o intérprete, que deixou uma imagem clara com o tema: “É uma música de intervenção. Estamos num momento de divórcio na sociedade e este tema é um apelo à união”.

Cristina Clara, outra finalista, apelou a noite de “memorável”, com “Primavera”. “Esta música teve fado e morna. Escrevo há pouco tempo para canções”.

Léo Middea trouxe o ritmo do Brasil com “Doce Mistério”. “Atuei sozinho e queria preencher o palco com a minha atuação. Estava ansioso e nervoso, foi tudo muito louco2, assumiu aos jornalistas.

No Maka, com “Aceitar”, transitaram da noite, onde eram DJ’s, para um ritmo “pop”, com a vocalista Ana Maria. “Viemos da onda afro beat para a ‘pop’ e é este o caminho que queremos seguir”, asseguram.

Rita Onofre e a sua “Criatura” foram salvas pelo público. “Foi bonito terem sido os telespetadores a escolher. Estava tranquila, apesar da minha equipa se ter mostrado muito ansiosa”, referiu a intérprete.

Israel muda a letra

Na noite em que se ficaram a saber os participantes de outros países na Eurovisão, Israel decidiu mudar a letra da música para atenuar o tom político. “October Rain”, da cantora Eden Golan, refere-se ao ataque do Hamas em solo israelita no passado dia 7 de outubro, que causou 1200 mortos. A Eurovisão começou por desqualificar o tema devido ao “tom político”, mas também não gostou da segunda opção, “Dance Forever”, também sobre o ataque do Hamas. A intervenção do presidente de Israel, Isaac Hezog, levou a Eurovisão a dar uma segunda oportunidade ao país e, assim, no próximo domingo, vai saber-se que canção representa Israel na Suécia.