Globos de Ouro. Quem foram as três mulheres que quebraram o “dress code”?

Meher Tetna, Blanca Blanco e Barbara Meier não se vestiram de preto para a 75ª cerimónia dos Globos de Ouro, que se realizou este domingo em Los Angeles, nos EUA.

Tal como esperado, o negro foi a cor dominante na 75ª entrega dos Globos de Ouro. Mas, também como esperado, houve quem não respeitasse o “dress code” sugerido pela equipa que produz a série “Big Little Lies” como forma de protesto contra os casos de assédio sexual em Hollywood. Entre as dezenas de estrelas que desfilaram no Hotel Beverly Hilton, em Los Angeles, três mulheres não se vestiram de preto: Meher Tetna, Blanca Blanco e Barbara Meier.

Quando o repto foi lançado e se pediu a homens e mulheres para usarem o “luto”, Jenny Cooney, membro da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (que atribui os prémios), levantou-se contra. Disse que as mulheres “deveriam estar orgulhosas e vestir-se com cores para mostrarem que não serão mais submissas nem pressionadas”. Foi exatamente essa a posição da modelo alemã Barbara Meier. “Não devemos ter de usar preto para sermos levadas a sério. As norte-americanas devem brilhar, ter cor e brilhar. Tal como faz parte da nossa natureza. Na minha opinião, isso simboliza a nossa liberdade e a nossa nova força”, explicou. Meier enalteceu, ainda assim, a iniciativa.

Já Blanca Blanco e Meher Tetna e não justificaram a opção. A primeira escolheu um vestido cheio de recortes e todo ele vermelho, a mesma cor escolhida pela segunda, que apesar de não ter aceitado o pedido, usou o crachá com o slogan “Time”s Up”, protestando desta forma contra o assédio sexual e a desigualdade de género.

Recorde-se que, dias antes da cerimónia, também Rose McGowan, uma das alegadas vítimas, se pronunciou contra a iniciativa de vestir de preto. “As atrizes, como Meryl Streep, que trabalharam felizes para o porco monstruoso [uma referência a Harvey Weinstein], vão usar preto nos Globos de Ouro como protesto silencioso. O SEU SILÊNCIO é o problema. Vocês vão aceitar um prémio falso sem perder o fôlego e não farão nenhuma mudança real. Eu desprezo a vossa hipocrisia”, disse.

Na altura, Streep – que foi acusada de saber dos abusos de Weinstein e de não os denunciar – reafirmou não ter ficado “deliberadamente em silêncio”: “Eu não sabia. Não aprovo a violação sexual”.

TEXTO: Ana Filipe Silveira

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.