A edição deste ano do Festival Eurovisão da Canção tem sido marcada pela polémica participação de Israel. Eden Golan, de 20 anos, representa o país na competição internacional, numa altura em que o comportamento de Israel na Faixa de Gaza tem sido contestado.
Foram várias as campanhas desenvolvidas para que o país do Médio Oriente ficasse de fora do concurso, mas a União Europeia de Radiodifusão (UER), responsável pela organização do evento, autorizou a participação.
Na quarta-feira, 8 de maio, a representante de Israel foi vaiada, mas manteve a confiança. Durante o ensaio geral, o público gritou “Palestina Livre”, de forma a condenar os ataques terroristas.
Já na quinta-feira, 9 de maio, poucas horas antes da atuação que decretaria a passagem para a grande final da Eurovisão, milhares de manifestantes pró-palestina, incluindo a ativista climática Greta Thunberg, percorreram as ruas da cidade sueca, com o objetivo de mostrarem o desagrado pela inclusão de Israel na semifinal.
Os protestantes comparam a situação à da Rússia que, em fevereiro de 2022, invadiu a Ucrânia e acabou por ser desqualificada. Na altura, a organização alegou que a participação do país iria descredibilizar a competição.
Mesmo com as manifestações pró-palestina, Golan qualificou-se esta quinta-feira, 9 de maio, para a grande final da Eurovisão, marcada para este sábado, 11 de maio, em Malmö, na Suécia.
Letra da canção alterada
O programa “HaKokhav HaBa” (“A Próxima Estrela”) da emissora pública israelita Kan selecionou Eden Golan para representar Israel com a canção “October Rain”, que fazia referência ao ataque do Hamas em solo israelita em 7 de outubro.
As regras do Festival Eurovisão da Canção não permitem canções de “natureza política”. Assim sendo, a letra teve de ser alterada.
Golan interpretou, para nove mil espetadores, o tema “Hurricane” na semifinal do concurso e garantiu o lugar na final, que será disputada por 25 países, incluindo Portugal.