Paulo Pires: “Não sou herói, mas procuro a verdade na série ‘Codex 632′”

O ator esteve a gravar entre Lisboa e o Rio de Janeiro a série “Codex 632”, que é baseada no livro de José Rodrigues dos Santos e tem estreia marcada para 2023.

Quase 30 anos depois de ter gravado “Salsa e Merenge” no Brasil, em 1996, Paulo Pires voltou ao Rio de Janeiro para dar vida ao professor “Tomás de Noronha”, personagem central “Codex 632”, que é baseada no livro do jornalista e escritor José Rodrigues dos Santos e que tem estreia marcada para 2023.

“Deram-me este bombom e este guião para ler, fiquei mesmo muito contente e vi logo que era uma personagem que queria muito fazer. A Patrícia Vasconcelos, que é a pessoa responsável pelo casting, enviou-me o guião e fiquei rendido”, contou Paulo Pires à N-TV, à margem das gravações em Lisboa, que contaram, ainda, com as atrizes brasileiras Betty Faria, Ana Sofia Martins e Deborah Secco.

“Conhecia a história, mas não tinha lido o livro do José Rodrigues dos Santos. Seria pouco inteligente da minha parte começar a trabalhar sem ler e por isso fiz questão de ver o livro, fiquei curioso, e apesar de ser uma adaptação, decidi mesmo estudar a obra e gostei bastante do que vi”, acrescentou.

A obra “ajudou na construção” do seu “Tomás de Noronha”. “Às vezes é difícil quantificar as coisas e ver em que medida ajudou, mas pelo menos foi um mergulho neste universo, percebi a linguagem do autor e vi a personagem de outra forma. Acho que quando se está a trabalhar e se tenta interiorizar as coisas, tudo o que seja informação é muito bom”.

Trabalhar com outros atores, nomeadamente do Brasil, “superou as expetativas”, salienta. “Conhecia o Alexandre Borges quando ele veio uma vez a Portugal com a agora ex-mulher. Tenho tido uma relação absolutamente fantástica, quer com ele, com a Deborah Secco, quer com a Betty Faria. Têm sido excecionais e muito talentosos, são três pessoas especiais que vão ficar no meu coração”.

Deborah Secco vai ser o par romântico de Paulo Pires na série dirigida por Sérgio Graciano. “Não tive possibilidade de ensaiar com a Deborah no início, pela falta de disponibilidade, ela só chegou mais tarde, mas depois foi uma coisa familiar: todos nós temos os nossos mecanismos e há aquela rapidez quando conhecemos alguém e a sensação que tive com ela foi que já a conhecia há muito tempo, foi fácil!”

A filha do casal na ficção tem Trissomia 21 e Paulo Pires mostrou-se mais atento à doença. “Este casal tem uma filha com Trissomia 21. Pesquisei sobre este tema e estive mais atento à questão a partir do momento que comecei a cruzar-me com várias pessoas que têm. A Leonor Belo, que faz esta personagem, realizou um trabalho incrível, dei a contracena para o casting e foi logo muito evidente que tinha de ser ela a fazer o papel”, contou.

Quanto às perspetivas para a estreia, em 2023: “O meu objetivo é contar esta história. Sou um dos veículos e quero que este enredo apaixone as pessoas e que se entusiasmem com ele. É uma série muito dinâmica, com aventura, mas não sou propriamente um herói. É um professor, uma pessoa normal, um intelectual, um homem que estuda escritas antigas, há uma paixão por aquilo que ele vai querer descobrir, à procura da verdade”.

Paulo Pires tem outra ideia clara: “Espero que a série chegue lá fora, nomeadamente ao Brasil, e que eles recebam um pouco da nossa história e da nossa ficção”.

Entretanto, esteve na “cidade maravilhosa” a gravar. “Não ia ao Rio de Janeiro há muitos anos. O meu primeiro trabalho em novela foi lá, vivi no bairro do Leblon cinco meses, tinha muita vontade de voltar. É uma cidade com memórias e amigos”, diz Paulo Pires, à despedida.