Carolina Deslandes: “Chamaram-me horrível e nojenta, mas sou linda, livre e libertina”

Fotografias: Instagram Carolina Deslandes

Carolina Deslandes fez, nesta sexta-feira, um balanço dos tempos em que saltou para as luzes da ribalta. Apesar das muitas críticas, a cantora diz-se feliz e realizada.

Tempos de reflexão. Carolina Deslandes partilhou, nesta sexta-feira, com os seguidores, a sua “curva da vida” desde que se tirnou conhecida, no “Ídolos”, até vingar na música, ser mãe, separar-se e assumir um novo namorado, o ator Igor Regalla.

“Nunca me achei feia. Até há uns anos nunca me tinha sentido feia ou envergonhada por me despir ou ir a algum lado- nunca. Nem na adolescência. Como o que me atraía nas pessoas era o cheiro, a fala e elas gostarem ou não de Chico Buarque, nunca pensei muito nisso sequer. As pessoas para mim sempre foram tão bonitas quanto eu as amava”, começou por descrever com uma imagem no quintal, junto à piscina.

“Depois tornei-me conhecida do público, com 18 anos. E descobri que havia quem me achasse ‘horrível’ e ‘nojenta’, e que havia até gente que me odiava sem me conhecer, porque eu era insuportável. Depois fui mãe e ouvi que ‘não é desculpa ser mãe. Ela está assim porque é desleixada’ e eu com dois filhos com 11 meses de diferença, a arrastar-me de fato de treino e a tirar leite com a bomba e a pensar ‘como é que ninguém me avisou disto?’”, lembrou.

“Depois separei-me e li em todo o lado ‘engordou e tava à espera de que?’, ‘nenhum homem atura esta gaja’ porque a culpa era minha, por ser gorda e por ter opiniões e por ser ‘esta gaja’”.

“Depois comecei a namorar e passei a ser ‘libertina’, ‘sem noção’ e ‘desequilibrada’. É irónico pensar, que muitas das pessoas que me magoaram na vida, nunca falaram comigo ou se cruzaram comigo na rua. É também libertador chegar a uma idade onde descobrimos o prazer do recato. O prazer da nossa casa, da nossa família, das nossas pessoas e entendemos que esse colo é o maior colete à prova de bala que podemos usar na vida”.

“As palavras feias não entram no meu quintal. Aqui erguem-se copos e livros à libertina, linda, e livre mulher que sou. À vossa”, concluiu Carolina Deslandes.