Nuno Markl lembrou Ruy Castelar com uma história dos tempos em que começou a fazer rádio, no início dos anos 90.
Depois do ator José Raposo ter lamentado a morte de Ruy Castelar, também Nuno Markl, que conheceu esta referência da rádio no início dos anos 90, lembrou uma história com o comunicador.
“Em 1993, uma trupe de jovens radialistas – uns já mais consagrados como a @margarida.pintocorreia, outros ainda verdes mas já dedicados ao ofício como o @pedroribeirooficial ou este que se assina -, fomos transferidos da pequena grande rádio da Torre 3 das Amoreiras – o CMR – para o templo histórico da Sampaio e Pina, a Comercial”, começou por escrever nas redes sociais.
“Nem todos os veteranos que lá estavam, entre jornalistas, técnicos de som, locutores, nos receberam com um sorriso. Havia tensão no ar – quem eram estes pirralhos? Felizmente houve quem nos recebesse de braços abertos e percebesse que não vínhamos roubar o lugar a ninguém. E que, na verdade, só queríamos aprender com quem já estava no ofício há mais tempo”.
“O Ruy Castelar, lenda confiante e segura, não só nos recebeu de braços abertos como percebi que também estava interessado em aprender alguma coisa que – como se isso fosse possível – nós lhe pudéssemos ensinar. Queria criar coisas com as novas gerações”, acrescentou Nuno Markl.
“Nunca lhe ouvi um lamento de ‘no meu tempo é que era’. Chegou a passar no programa noturno dele a demente radionovela que eu escrevia para as manhãs, o que achei inacreditável. Teve uma vida que talvez desse vários filmes. O curto pedaço em que me deu a honra de trocarmos umas ideias será sempre inesquecível”.
“Partiu hoje aos 90 anos. Grande abraço aos amigos e à família, em especial para a querida Paula Castelar, também minha colega nos meus primeiros tempos de Rádio Comercial”, concluiu.