Revoltado, José Raposo lembra ator António Cordeiro, que já não anda nem fala

José Raposo
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Internado na Casa do Artista, sem andar e sem falar, António Cordeiro foi alvo de um texto emocionado do colega José Raposo, que defende, de forma acérrima, a mulher, Helena Almeida.

Diagnosticado, há quatro anos, com uma paralisia supranuclear progressiva, o ator António Cordeiro está internado na Casa do Artista, na Pontinha, em Lisboa, mas a decisão tomada pela mulher – depois de António deixar de falar e de andar -, suscitou algumas críticas nas redes sociais, que a acusaram de “despachar” o marido.

Nesta terça-feira, José Raposo veio a público defender o colega e a amigo, mas também a mulher de António Cordeiro. Ao lado de uma fotografia que tirou ao casal em fevereiro do ano passado, o companheiro da atriz Sara Barradas contou a história de dificuldades de António Cordeiro e defendeu Helena Almeida.

“Esta doença é incurável e degenerativa, provocando rigidez nos músculos, dificuldades na fala e demência, entre outras consequências. Eu fui acompanhando a evolução da doença, e sofri, como todos os amigos do António, ao assistir à incapacidade que se foi instalando nele de controlar os movimentos do corpo e da fala… exatamente as ferramentas essenciais do ator! É indescritível a crueldade desta doença, que transforma a pessoa num ser completamente dependente!”, começou por escrever José Raposo.

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ANTÓNIO CORDEIRO e HELENA ALMEIDA – a história de um grande amor! Esta foto tirei-a no Barreiro em 18 de Fevereiro de 2019, num jantar anual de amigos barreirenses, que neste ano se fez em honra do Cordeiro. Como toda a gente sabe, este conhecido actor português, de quem sou grande amigo, contraiu uma doença rara – paralisia supranuclear progressiva – há cerca de 4 anos. Esta doença é incurável e degenerativa, provocando rigidez nos músculos, dificuldades na fala e demência, entre outras consequências. Eu fui acompanhando a evolução da doença, e sofri, como todos os amigos do António, ao assistir à incapacidade que se foi instalando nele de controlar os movimentos do corpo e da fala… exactamente as ferramentas essenciais do actor! É indescritível a crueldade desta doença, que transforma a pessoa num ser completamente dependente! E aqui entra neste texto a Lena… a Lena é uma guerreira! A Lena dedicou-se de corpo e alma ao amor da sua vida, e eu mais os amigos próximos do casal somos testemunhas! Ela passou a ser os braços, as pernas, o corpo do António! Só assim poderia o António ficar em casa, pois as 24 horas do dia eram passadas a ir (a Lena tirou a carta por isto) a fisioterapeutas, médicos, hospitais, e em casa todas as acções do dia-a-dia, sendo que para andar, ela tinha de conduzi-lo agarrando-o por trás! E mesmo assim o António caía algumas vezes por dia, pois o desequilíbrio é sintoma maior da doença, e ele pesava mais que ela, óbvio! Ora, recentemente, com o agravar da situação (o António já não andava nem falava), a Lena viu-se obrigada a internar o marido na Casa do Artista, instituição de grande mérito como se sabe. E, meus senhores, não é que as mentes perversas das pessoas que só vêm às redes sociais destilar veneno sobre o que não conhecem, começaram a insinuar que a Lena tinha “despachado” o António para a Casa do Artista porque agora ele já não lhe servia para nada?! Nem vale a pena comentar… o que eu queria aqui salientar é que esta história é mais uma das que provam que o amor é sempre vencedor, e nesta época de calamidade mundial, sem dúvida que o amor nos está a unir de forma natural… quase sem se dar por isso…! p.s.-fiquem em casa

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“E aqui entra neste texto a Lena… é uma guerreira! A Lena dedicou-se de corpo e alma ao amor da sua vida, e eu mais os amigos próximos do casal somos testemunhas! Ela passou a ser os braços, as pernas, o corpo do António! Só assim poderia o António ficar em casa, pois as 24 horas do dia eram passadas a ir (a Lena tirou a carta por isto) a fisioterapeutas, médicos, hospitais, e em casa todas as ações do dia-a-dia, sendo que para andar, ela tinha de conduzi-lo agarrando-o por trás! E mesmo assim o António caía algumas vezes por dia, pois o desequilíbrio é sintoma maior da doença, e ele pesava mais que ela, óbvio!”

José Raposo defende, a concluir, o internamento na Casa do Artista. “Ora, recentemente, com o agravar da situação (o António já não andava nem falava), a Lena viu-se obrigada a internar o marido na Casa do Artista, instituição de grande mérito como se sabe. E, meus senhores, não é que as mentes perversas das pessoas que só vêm às redes sociais destilar veneno sobre o que não conhecem, começaram a insinuar que a Lena tinha ‘despachado’ o António para a Casa do Artista porque agora ele já não lhe servia para nada?! Nem vale a pena comentar… o que eu queria aqui salientar é que esta história é mais uma das que provam que o amor é sempre vencedor, e nesta época de calamidade mundial, sem dúvida que o amor nos está a unir de forma natural… quase sem se dar por isso…”, rematou.