Esta quarta-feira, 8 de novembro, pelas 9.30 horas, arranca, no Tribunal Cível de Sintra, o julgamento interposto pela Impresa, detentora da SIC, à apresentadora, diretora de ficção e entretenimento da TVI e administradora executiva da Media Capital.
Em causa está o pedido de indemnização de 12,3 milhões – inicialmente 20 milhões – exigidos pela estação de Paço d’Arcos ao agora rosto da TVI por ter denunciado o contrato 29 meses antes do término.
Por sua vez, Cristina Ferreira está disposta a pagar 2,3 milhões de euros e que são resultado dos meses de trabalho que não exerceu por ter incumprido o resto do contrato.
Recorde-se que a 17 de julho de 2020 era conhecido, com estrondo, e confirmado que Cristina Ferreira saía da SIC para se mudar para a TVI, regressando ao canal do qual tinha saído em 2018. Agora, o caso vai travar-se em tribunal, depois de já ter sido marcado para 21 de junho deste ano e adiado.
Prevê-se que Cristina Ferreira, ré neste processo a par da empresa Amor Ponto, Lda, seja a primeira a ser ouvida ainda na manhã desta quarta-feira. À tarde será a vez do presidente executivo da Impresa, Francisco Pedro Balsemão. O diretor de Programas da SIC, Daniel Oliveira, deverá ser ouvido na sexta-feira, 10 de novembro, bem como outras testemunhas. Para 6 de dezembro estão agendadas as alegações de facto e direito.
Em maio deste ano, Cristina Ferreira abordou esta matéria, num raro momento desde a saída da SIC, no podcast “A Duas Vozes”, da cantora Carolina Deslandes, no qual explicou as razões da saída. Na TVI, “estavam-me a desafiar para outra coisa maior ainda. Estavam-me a dar a possibilidade de eu até comprar um pedacinho da casa onde tinha começado”, revelou, acrescentado depois: “Nós gostamos muito de implicar com as escolhas dos outros. ‘Ah, mas a Cristina tinha um contrato’. Tinha. Mas nós não somos escravos. Os contratos são para se cumprir e depois têm as cláusulas, que é quando achamos que já não estamos ali bem e, por isso mesmo, temos de quebrar o contrato. É só isso.”
Numa mudança que disse ser “avassaladora”, Cristina Ferreira considerou que “as pessoas têm algum medo do sucesso e têm alguma dificuldade de aceitar esta liberdade”. Cristina Ferreira considerou que as pessoas a olharam como não podendo “ir à procura de mais” quando já tinha “tudo”. E falou ainda do peso do preconceito que existe em torno de uma mulher bem sucedida. “Convém dizer ‘deve-se ter deitado com alguém’ ou ‘deve ter tido uma cunha qualquer’. Não, não foi. Foi mesmo porque trabalhei para isto e consegui conquistar sozinha”, declarou.