O Bastonários da Ordem dos Médicos garantiu, este sábado à tarde, que as polémicas declarações do cirurgião Gentil Martins, que considerou a homossexualidade uma “anomalia”, vão ser analisadas “pelos órgãos competentes”.
Em declarações ao jornal “Observador”, Miguel Guimarães lembrou o “dever que os médicos têm de ter um comportamento público adequado à dignidade da profissão”, reconhecendo, porém, o direito “à liberdade de expressão Gentil Martins tem como cidadão”.
É essa ponderação que o inquérito do Conselho de Jurisdição terá de fazer agora, e de acordo com o bastonário, “o resultado [é] imprevisível”.
A intervenção do Conselho de Jurisdição da Ordem dos Médicos decorre do facto de, de acordo com Miguel Guimarães, duas médicas já terem feito saber que vão apresentar queixa contra o reputado cirurgião, de 87 anos.
Em causa está a entrevista publicada este sábado pelo semanário “Expresso”, em que Gentil Martins, ele próprio um antigo Bastonário da Ordem dos Médicos, considerou a homossexualidade uma “anomalia”, comparando-a à mutilação.
“Sou completamente contra os homossexuais, lamento imenso”, declarou, acrescentando que a homossexualidade é “uma anomalia, um desvio de personalidade”. “Como os sadomasoquistas ou as pessoas que se mutilam”, acrescentou.
Na polémica entrevista, que está a gerar controvérsia nas redes sociais, com vários pedidos de intervenção por parte da Ordem dos Médicos, Gentil Martins considera ainda Cristiano Ronaldo um “estupor moral”, conforme a N-TV já noticiou, responsabilizando a mãe, Dolores Aveiro, por alegadamente não lhe ter dado educação.
TEXTO: Nuno Azinheira