Paco Bandeira foi o mais recente protagonista do programa “Vidas Suspensas”, da SIC. O cantor recordou o suicídio da primeira mulher e lamentou ainda as acusações de violência doméstica de que foi alvo no segundo casamento.
Aos 73 anos, são vários os acontecimentos marcantes na vida de Paco Bandeira. Foi na adolescência que iniciou a construção da carreira profissional e, do ponto de vista pessoal, tudo parecia compor-se quando, ainda na década de 1960, se casou com Maria Fernanda, a primeira das três mulheres que teve na sua vida.
No entanto, passadas mais de três décadas, um pequeno mas muito significante gesto viria a mudar radicalmente a sua maneira de olhar para o mundo. Em 1996, ficou viúvo depois de Maria Fernanda se ter suicidado com um tiro na cabeça mesmo à sua frente.
“Não tivemos discussão nenhuma, toda a gente sabe coisas que eu não sei. O que aconteceu é que fui dormir a sesta como sempre dormia. Quando me levantei foi quando a Fernanda entrou no quarto e me disse coisas muito bonitas em relação a nós. Depois, deu um tiro na cabeça”, recordou, emocionado, o cantor.
Pouco tempo depois, “oito meses”, sensivelmente, e a atravessar uma das fases mais complicadas da sua vida, Paco Bandeira conheceu Maria Roseta, dezassete anos mais nova, com quem viria a casar-se e a ter a terceira filha, embora, referiu, não a amasse. Foi este matrimónio que, mais tarde, lhe viria a destruir a carreira que desde novo construiu.
“Ninguém gostava da Maria Roseta. Mandona, altiva, autoritária, tratava mal as pessoas. A toda a hora dizia mal das minhas filhas”, confessou o cantor, referindo-se a Ana Paula e Maria Conceição, frutos da primeira união com Maria Fernanda.
Nove anos depois do nascimento de Constança, fruto único do casamento com Maria Roseta, a mulher saiu de casa e, segundo Paco Bandeira, terá virado a filha do casal contra o próprio pai depois de lhe dizer que este a poderia matar e que “todos os pais eram pedófilos”. “A minha filha tinha medo de se chegar ao pé de mim”, lamentou.
No entanto, os problemas não se ficariam por aqui. O caso chegou a tribunal e Paco Bandeira foi condenado, em 2012, a quatro anos e três meses de pena suspensa. “Eu andava na rua e era um monstro que batia nas mulheres”, confessou o artista, recordando o modo como era olhado pelas pessoas devido à acusação.
Atualmente, Paco Bandeira está afastado da música. A sentença do tribunal teve efeito na sua carreira artística, já que nunca mais recebeu qualquer convite. Em 2014, casou-se pela terceira vez na sua vida, desta feita com a taróloga Gisela de Jesus.
Do ponto de vista financeiro, assume-se, ainda assim, “desafogado”. Numa entrevista recente que deu à “TV Mais” relatou que teve a reforma e os direitos de autor penhorados até há pouco tempo, levando-o “a contrair alguns empréstimos”, entretanto saldados.
“Já paguei as dívidas. Não estou na miséria e tenho uma vida desafogada com a minha mulher. Vendi o estúdio de Massamá e, se tivesse de me desfazer de tudo o que tenho, ia buscar milhões”, garantiu Paco Bandeira na mesma entrevista.
TEXTO: Duarte Lago
