Quase 40 mulheres acusam o realizador norte-americano James Toback de assédio sexual

James Toback. Fotografia: Alessandro Bianchi/Reuters

O caso do produtor norte-americano Harvey Weinstein, acusado por dezenas de mulheres de assédio sexual, fez com que outras dezenas viessem a público apontar o dedo ao realizado James Toback.

São precisamente 38 as mulheres que descreveram ao jornal “Los Angeles Times” casos de assédio sexual de que foram alegadamente vítimas por parte de James Toback. O argumentista e realizador de filmes como “De Tanto Bater o Meu Coração Parou”, “Black and White” ou “O Ás do Engate” e do documentário “Tyson” é acusado, na maioria dos casos, de as chamar a um quarto de hotel, onde se masturbava e ejaculava, para abandonar o local logo de seguida.

“Era normalmente raparigas na casa dos vinte anos, algumas estudante do ensino secundário, outras universitárias”, lê-se naquele jornal. Toback, que recebeu uma nomeação para os Óscares pelo argumento de “Bugsy”, com Warren Beatty, abordava-as na rua, prometendo-lhes fazer delas estrelas de cinema. “Mas, primeiro, ele precisa conhecê-la. Intimamente. Pedia para confiarem, que fazia tudo parte do processo”, conta a publicação, a quem essas mulheres dizem ter sido questionadas sobre comportamentos íntimos.

Louise Post, vocalista e guitarrista do grupo Veruca Salt, e a atriz Adrienne LaValley, que participou na série de TV “Quantico”, são duas das alegadas vítimas. “Ele disse-me que nada lhe daria mais prazer do que masturbar-se enquanto olhava para mim”, contou Post ao “Los Angeles Times”. “Tentou esfregar-se na minha perna”, apontou LaValley. “Senti-me como uma prostituta, totalmente decevionada comigo mesma”, acrescentou.

Toback, de 72 anos, nega todas as acusações e diz nem sequer conhecer as mulheres que o acusam. “E, se estive com elas, foi durante uns cinco minutos”, afirmou, justificando ainda ser “biologicamente impossível” ter o comportamento de que o acusam por ser diabético e sofrer de problemas cardíacos.

Foi o facto de cerca de 40 mulheres terem tornado público, ao longo das últimas semanas, de assédio sexual e violação por parte do produtor Harvey Weinstein que fez com que estas decidissem falar dos seus casos. “Quem estava na indústria cinematográfica [de Hollywood] nos anos 1990 sabia que Harvey Weinstein era um predador sexual. Outro era James Toback”, escreve a atriz Echo Danon no Twitter.

TEXTO: Ana Filipe Silveira