Foi o barbeiro Tozé de “Bem-Vindos a Beirais”. Antes tinha sido José dos “Morangos com Açúcar” e o porteiro do “Prédio do Vasco”. Há dois anos e meio que estava afastado da televisão. Aos 38 anos, Ricardo Castro perdeu 40 quilos e está irreconhecível. E está de volta à televisão.
Foi em junho de 2015 que gravara pela última num estúdio de televisão. Pesava na altura 116 quilos. Nunca mais o chamaram para a televisão. Continuou a fazer teatro, mas no pequeno ecrã, nada. “Não quero ser visto como o coitado que não tinha emprego. Fiz isto por mim”, esclarece. E reforça: “Decidi emagrecer porque sabia que ter estes quilos a mais ia dar-me problemas no futuro. Já não tenho pai e acredito que se ele tivesse tido mais cuidado consigo ainda estaria aqui comigo”, conta.
Sabendo que só a sua “determinação poderia dar um rumo novo” à sua vida, Ricardo Castro, que se tornou conhecido dos portugueses na série da TVI “O Prédio do Vasco” (2004-2006), pediu ajuda e meteu na cabeça que ia perder peso. Perdeu 40. Em um ano.
“É evidente que me sinto muito bem. Estou a redescobrir o meu corpo, a minha condição física. Há músculos que eu não sabia que tinha”, diz em tom de brincadeira. Um “bom regime alimentar, exercício físico, acupuntura e muita força de vontade” foram essenciais para combater um homem que “comia muito, a qualquer hora, e completamente sedentário, que ia de carro para todo o lado”.
Dois anos e meio e menos 40 quilos depois, a televisão voltou a chamá-lo. “Faço de Dr. Faria, que é médico, na novela da TVI ‘A Herdeira’. É uma pequena participação, mas acredito que posso vir a ter mais trabalho”, afirma à nossa reportagem.
Ricardo Castro constata que vivemos numa época da “tirania da imagem”. “É evidente que a um gordo não se pode dar um papel de magro, mas há vários papéis possíveis. Há um estigma grande em relação à obesidade. Então na publicidade, mais ainda. Nenhuma marca quer ficar associada a um gordo”, sublinha.
Homem de fé, Ricardo Castro agradece “a Deus” por tê-lo “poupado a ter problemas de saúde no futuro”. Agora quer continuar a fazer o que mais gosta, a trabalhar e a vestir o fato de novas personagens. Um fato que já não precisa de ser feito à medida…
TEXTO: Nuno Azinheira