O cão ladra e a audiência passa. É assim o ambiente da Eurovisão às portas da Altice Arena

Música, cor e, essencialmente, muita alegria. É disto que tem sido feito o ambiente no Parque das Nações, em Lisboa, que acolhe desde o início da semana a 63ª edição do Festival Eurovisão da Canção. A N-TV tem estado por cá a mostra-lhe os rostos deste certame.

Este ano, o verão de António será diferente. Natural de Celorico de Basto, aplicou nesta Eurovisão o dinheiro que tinha reservado para as férias. Juntou-se à mulher, falou com um amigo, comprou os bilhetes para “todos os momentos” do festival e lá se meteu a caminho de Lisboa.

O celoricense fala e o cão-polícia ladra. É este que vigia os movimentos na entrada para o recinto. O sobressalto com que reage a cada fã denota bem o ambiente à sua volta: a azáfama é tanta que o animal responde a cada estímulo. O polícia segura-o, as pessoas assustam-se, mas o tímido sorriso da autoridade tranquiliza a intranquilidade do pastor-alemão.

A voz de João, o amigo em questão de António, também reflete o frenesim vivido desde terça-feira na Altice Arena. A rouquidão é, contudo, a sua última preocupação. “Estão aqui pessoas de 80 países, canais de TV do Mundo inteiro. Nem o futebol dá esta visibilidade a Portugal. E, no final de contas, estamos aqui todos sem competir, apenas a fazer a festa”, conta à N-TV. Enquanto ajeita a peruca rosa que traz – uma clara alusão ao cabelo de Cláudia Pascoal -, João recorda o ano em que a Eurovisão trouxe um colorido à sua vida. “Foi em 1980. Tinha cinco anos e foi a primeira a cores em Portugal. Que fascínio”.

Metros adiante, o nosso olhar desvia-se para a bandeira do Reino Unido impressa nos vestidos de Charlotte e Nicole, “fãs desde miúdas” do certame. “Era a única noite em que os meus pais me deixavam ficar acordada até tarde”, lembra a morena, enquanto a loira recorda o serão de há um ano com a amiga. “A canção do Salvador [Sobral] fascinou-nos. Mas não acreditávamos na vitória dele. Somos mais adeptas de músicas eufóricas. Por isso é que este ano, além do nosso tema, torcemos pelo do Chipre”.

Se esta nação já está desde terça-feira garantida na final, a Polónia lutava ontem por um lugar ao sol. Não o mesmo que a polaca Karolina apanhou e que lhe deixou marcas rosadas na pele. Ansiosa com a eliminatória, não deixou de enaltecer a organização e o hino lusos. “Estão a fazer um ótimo trabalho! Adoro a vossa canção. Será uma emoção ouvi-la na final e, quem sabe, ganham e voltam a acolher-nos”. A ver vamos, Karolina.

TEXTO: Ana Filipe Silveira e Dúlio Silva

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