Diogo Morgado: “Pandemia causou tensão nas gravações da nova novela”

Diogo Morgado
Fotografia: Instagram "Para Sempre"

Gravada, integralmente, na fase aguda da covid-19, “Para Sempre” estreou-se esta segunda-feira à noite na TVI. Diogo Morgado, um dos protagonistas, lembra as dificuldades de trabalhar em pandemia.

Ao contrário do que é habitual, “Para Sempre” não é uma novela “aberta”, ou seja, já está integralmente gravada e estreou-se ontem à noite na TVI, mas também em alguns cinemas (ver caixa). A trama, protagonizada por Inês Castel-Branco e Diogo Morgado, é uma história de um filho que se quer vingar da mãe, com muita tensão, receio e nervosismo à mistura. Palavras que, segundo o intérprete, se adaptam ao que a própria equipa enfrentou nas gravações durante a fase mais grave da pandemia.

“Para mim o ‘Pedro Valente’ é único porque espero que tenha sido a única vez que fiz uma personagem em pandemia”, refere o ator, que poucas cenas viu no pequeno ecrã. “Evitei ao máximo ver o que estava a ser feito porque sei que tudo o que o papel tem de menos bom é fruto do que vivemos em sociedade: o medo, o receio, a frustração a raiva; há muitas cosias que não são minhas, mas fruto daquilo que atravessámos ao longo de quase dois anos”.

Diogo Morgado dá mesmo um exemplo do que se passou no seu núcleo de atores, com António Capelo, Matilde Breyner e Rodrigo Tomás. “A forma como nos relacionamos em plateau foi diferente, a maneira com sentíamos a equipa técnica tensa e receosa nas alturas em que os números da covid dispararam… toda a gente a desinfetar-se…”

Fatores que, explica, trouxeram “tensão” ao elenco. “Tudo isso passa para as cenas. Havia algumas que eram tensas e ficaram super-tensas ou outras que não podiam ter receio e as personagens estavam com medo. Pelo meio ainda houve casos de covid no elenco”.

O intérprete resume que “tudo o que foi feito foi com verdade”, mas, devido à pandemia, “foi uma verdade emprestada”. “Se tudo correr bem as pessoas não vão ficar do meu lado, embora umas vezes percebam porque reajo daquela maneira”.

À margem da novela “Para Sempre”, Diogo Morgado prepara-se para se estrear mais um filme no papel de realizador: “Irregular” “Ai, o meu filme, finalmente”, começa por brincar. “Esperámos dois anos que as salas fossem um sítio seguro e estreia-se no dia 18. É a melhor coisa que já vi o Pedro Teixeira a fazer. Ele está extraordinário! É uma história de família e superação e nesta altura é um drama muito mais pertinente do que seria há dois anos”, conclui.

Nos cinemas em todo o país

A estreia, ontem, de “Para Sempre” teve uma particularidade: o episódio foi sido visto em algumas salas do cinema espalhadas pelo país. “Não é inocente estarmos a estrear no cinema. A ideia é as pessoas perceberem a grandiosidade da ficção e depois compararem com o episódio a que assistem em casa”, justifica Cristina Ferreira, à margem da apresentação da novela. “As expectativas estão muito elevadas. As gravações já terminaram e, por isso, nós temos uma perceção total do projeto. Alguns dos atores ainda não viram e estão curiosos. Acho que se vai notar a diferença para as últimas coisas que temos feito na TVI”, remata a diretora de Ficção e Entretenimento.