Moda dos NFT’s contagia celebridades estrangeiras que movimentam milhões

Fotografias: Instagram

Imagine que tem uma obra digital só sua, como um GIF, um tweet ou uma imagem. Agora, se motivar o interesse suficiente, pode vender esse item por milhões. A NFT, tecnologia que dá autenticidade a objetos digitais, está a deixar os famosos norte-americanos em êxtase e a movimentar fortunas.

Lembra-se do aparecimento das bitcoins, uma forma de dinheiro, com a diferença de ser digital e não emitida por nenhum Governo? Agora, a tecnologia que permitiu o desenvolvimento destas criptomoedas está a dar autenticidade a objetos digitais – como um GIF, um tweet, um vídeo ou uma imagem -, o que faz deles únicos e a valer milhões.

NFT, sigla para “non-funglible token” (“token não fungível”, em português) é a nova moda de negócio nos Estados Unidos e está a deixar as figuras públicas milionárias em êxtase. Tudo porque, a partir de agora, podem, com este certificado digital, vender um produto por somas extraordinárias – o NFT faz desse um item único perante o mundo, o que pode despertar o interesse de colecionadores e investidores que queiram adquirir obras e ativos digitais.

O NFT é uma espécie do novo “diamante” em bruto da Internet e é desenvolvido a partir da “blockchain”, uma tecnologia que serve de base para criptomoedas, como o Bitcoin. Será que o(a) leitor(a) pagaria por um tweet? Possivelmente não, porque está disponível na Internet. Mas as coisas não são bem assim: Jack Dorsey, fundador da marca, vendeu o seu primeiro tweet (e o primeiro da plataforma) que custou três milhões de euros. A mensagem, com 15 anos, diz: “Apenas configurando o meu twitter” e foi o NFT que conferiu autenticidade à frase… que continua ainda disponível nas redes sociais.

Do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, há já inúmeras figuras públicas que estão a lucrar com a tecnologia: o músico Shawn Mendes vai vender uma versão (virtual) da sua guitarra; a “socialite” Paris Hilton negociou a pintura de um gato por 17 mil dólares (14 mil euros) e a atriz Lindsay Lohan uma obra de arte por 50 mil (41 mil euros). O bilionário norte-americano e empresário-residente do programa “Lago dos Tubarões”, Mark Cuban, vendeu mesmo… uma citação. A frase motivacional “nunca ninguém mudou o mundo por estar a fazer o que toda a gente estava a fazer” já foi negociada em NFT.

Os King of Leon foram a primeira banda a vender por completo o novo álbum, intitulado “When You See Yourself” como NFT, avançou a revista “Rolling Stone”. No mundo do desporto, Rob Gronkowski, conhecido por “Gron”, jogador de futebol americano, anunciou no Twitter que negociou “quatro peças de campeonatos conquistados”.

A moda destes certificados nasceu com uma criança com um sorriso maroto perante… um incêndio. Zoe Roth, hoje com 21 anos, parece ficar satisfeita com uma casa em chamas – ficou conhecida como a “Disaster Girl” -, mas, na verdade, ela apenas sorri para o pai e, como pano de fundo, estão bombeiros a treinar num incêndio deliberadamente ateado e controlado.

Apesar de Zoe, na altura com quatro anos, não se estar a rir da desgraça, porque ela não existe, este “meme” tornou-se viral e o pai da agora adolescente vendeu a imagem original – que foi replicada milhões de vezes nas redes sociais -, por 430 mil dólares (356 mil euros). Seguiu-se um trabalho digital de um artista conhecido por Beeple, que vendeu à conhecida loja Chryistie’s a imagem por 70 milhões de euros.

No “top 3” dos NFT’s mais curiosos estão o GIF do “Nyan Cat” – o autor negociou o certificado do desenho por 600 mil euros -, a ponte de Brooklyn desenhada pelo antigo membro dos Monty Python John Cleese – o autor pede 70 milhões – e a mistura de “Homer Simpson” com “Pepe, The Frog”, o que resulta num boneco verde, com o preço de aquisição de 330 mil euros.

A moda ainda não chegou a Portugal mas, com a presença das figuras públicas em redes como o Facebook, Instagram, Twitter o TikTok, é bem possível que venha para ficar.