Rita Ferro Rodrigues fala da “conquista” do parto hospitalar: “Esta glorificação da dor deixa-me petrificada!”

Rita Ferro Rodrigues
Fotografia: Instagram/Rita Ferro Rodrigues

Rita Ferro Rodrigues usou o alcance que tem nas redes sociais para falar sobre o parto, no hospital e em casa. A jornalista garante que não pretende abrir guerras.

A jornalista Rita Ferro Rodrigues fez uma reflexão sobre a mulher e o parto na sua mais recente partilha nas redes sociais, começando por lembrar uma história do passado.

“Ouvi muitas vezes a minha querida avó contar que o maior desgosto da vida dela foi a morte de um filho, num parto em casa, quando as mulheres não tinham alternativa. Estava lá a ‘parteira’, mas o bebé tinha o cordão à volta do pescoço e não sobreviveu. A minha avó sobreviveu a custo, muitos anos inundada pela tristeza”, começou por escrever nas redes sociais.

“Já perdi a conta ao número de amigas minhas que não se tinham safado se não tivessem os filhos num hospital, com a assistência médica competente e pronta. Uma mulher não é menos mulher por levar epidural. Esta recente glorificação da dor deixa-me petrificada! É preciso provarmos o quê? Nós mulheres já não sofremos o suficiente?”, questionou, de seguida.

“A conquista do parto hospitalar foi determinante para reduzir drasticamente o número de mortes no parto, seja dos bebés, seja das mães. Em muitos países africanos (por exemplo) jovens mães ainda morrem todos os dias que nem tordos a ter dos seus bebés sem qualquer apoio médico. O que elas desejariam a oportunidade de os fazer nascer num ambiente seguro…”

“Falemos de humanização do parto hospitalar sempre, falemos do combate à violência obstétrica sempre… mas por favor não retrocedamos naquela que é uma das maiores conquistas das mulheres (ocidentais) e que ainda está por conquistar por tantas outras não privilegiadas: o parto hospitalar assistido por médicos”, acrescentou Rita Ferro Rodrigues.

“Este ‘post’ não pretende abrir guerras e muito menos atacar seja quem for. É apenas uma reflexão e até uma homenagem à minha avó e a todas as mulheres que passaram por o que ela passou. Não esquecer”, concluiu.

Mais tarde, Rita Ferro Rodrigues editou o “post”, sem as memórias da avó: “Texto editado sem memórias pessoais para não contaminar o debate e para manter rigor e menos emoção na argumentação . É que se deseja”, justificou.

Recorde-se que, neste fim de semana, a ex-atriz e agora influenciadora digital Mafalda Rodiles “deu à luz” o terceiro filho, António, em casa, num momento que foi partilhado, também, pelo namorado, o apresentador e escritor Gustavo Santos.