O ator da TVI, que deixou, recentemente, a SIC, passa de uma personagem cómica para um vilão do pior em “Quer o Destino”. “É o papel mais maquiavélico que fiz”, admite.
Em dose dupla na televisão. Pedro Sousa é dos poucos atores portugueses que se podem gabar de estar em simultâneo em duas novelas e em dois canais. Em “Nazaré” (SIC) é o divertido Matias, do mercado do peixe, e em “Quer o Destino” (TVI) dá vida a Mateus, o terceiro de quatro irmãos de uma família abastada de Salvaterra de Magos.
Uma personagem dúbia, dividida entre o bem e o mal, o que tem levado o artista a “mergulhar em filmes densos” quando chega a casa, “alguns deles de sociopatas”. “Quando vou para casa às vezes apetecia-me ver uma coisa mais leve, mas tenho de gravar no dia a seguir, portanto mais vale ficar perto da zona de conforto da personagem, onde ela se movimenta”, justifica, em entrevista à N-TV.
“Acho que as pessoas na rua vão querer bater-me. Este é, de longe, o papel mais maquiavélico que fiz. Ele faz coisas muito erradas”, acrescenta.
Na TVI há poucos meses, depois de ter gravado “Nazaré” para a SIC, Pedro Sousa está “satisfeito” com o “desafio” que encontrou nesta que já foi a sua casa em tempos. “Fiz uns ‘Morangos com Açúcar’ de verão e um telefilme. Ainda não conhecia aqui os estúdios da produtora Plural, porque gravei em Vialonga e em Tavira e nessa altura falávamos como seria fazer a novela da noite porque parecia que era dar um passo em frente na carreira. Mudei por causa do projeto, não tenho contrato de exclusividade, o que eu procuro é desafios”.
Com a nova temporada de “Nazaré” parada por causa da Covid-19, o ator tem um sentimento “agridoce” por já não gravar mais episódios na SIC. “Estou super bem servido aqui na TVI a nível artístico, mas tenho pena porque a minha família da ‘Nazaré’ vai gravar e não estou lá. No outro dia fui ver a peça da Luísa Cruz, a minha ‘mãe’ com o Afonso Pimentel, o meu irmão na novela, e ele dizia: ‘não acredito que vamos gravar sem ti’. Estou-me a arrepiar a pensar nisso, mas a TVI foi a escolha acertada”, diz, à despedida.
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