A apresentadora e embaixadora das Nações Unidas acaba de regressar de Timor-Leste, onde esteve em missão. Catarina Furtado regressa hoje ao pequeno ecrã na RTP1 com o “The Voice Portugal”.
Catarina Furtado passou os últimos dias em Timor-Leste, na qualidade de embaixadora das Nações Unidas, para observar os números da mortalidade materna e neonatal no país. “É a minha maior missão e uma opção: depois de ser mãe, a coisa que mais gosto é praticar o meu ativismo, a minha capacidade de mobilizar em favor dos direitos humanos, sobretudo das raparigas e das mulheres”, começa por referir, em conversa com a N-TV, à margem da recente apresentação, em Lisboa, da nova grelha de programação da RTP1.
“Fui, mais uma vez, convidada pelo Fundo da ONU, no qual estou há 23 anos – sou a mais longa embaixadora, não existe ninguém com tantos mandatos -, para fazer mais uma missão em Timor-Leste. A ideia foi tentar reduzir a mortalidade materna e neonatal no país. Neste momento, 195 mulheres morrem por cada cem mil nados-vivos e os objetivos de desenvolvimento sustentável dizem que, em Timor, temos descer até às 60, o que é possível”, acrescenta Catarina Furtado, que explica “o que é preciso”: “Vontade política, priorizar a saúde materna, sexual e reprodutiva, portanto o que eu fui dizer é que ‘vocês conseguem, têm dinheiro, capacidades, recursos e é só colocar na agenda como prioridade’”.
A apresentadora esteve em centros de saúde, falou com muitas grávidas, visitou casas e mobilizou conversas com jovens. “Na minha primeira vez em Timor-Leste já fui grávida da minha filha e não se podia falar de saúde sexual e reprodutiva nem podia utilizar a palavra ‘preservativo’. Hoje em dia, passados 17 anos, já se fala, mas é difícil, vou tentar quebrar regras e parece-me, do feedback, que os resultados são animadores e que em breve serão construídos mais centros de saúde de emergência obstétrica para reduzir a mortalidade materna e neonatal”, congratula-se.
E qual é o impacto, na comunicadora, destas realidades? “Tem o mesmo impacto da primeira vez, não me habituo, não anestesio a minha emoção e indignação. Tenho é outras capacidades para tentar mobilizar os esforços e uma renovação permanente de compromisso com as mulheres, porque são tantas as histórias, olhos nos olhos!”
“Houve muitas mulheres que deram à luz e estavam saudáveis quando me despedi delas e que só morreram porque ninguém quis saber delas e a verdade é que a maior parte dos decisores políticos são homens e nunca põem a saúde materna, sexual e reprodutiva na prioridade. Sou uma minúscula partícula, mas vou tentar reduzir as mortes e tenho conseguido em alguns sítios”, diz ainda.
Catarina Furtado reconhece que “é muito difícil lidar com estas histórias”. “Emocionalmente, vou aprendendo, porque transformo esta revolta, tristeza e indignação, não reprimo as emoções, não finjo que não estou a sentir – faço o luto, no hotel ou sozinha, tenho os meus momentos, às vezes são muito intensos, mas logo a seguir estou a fazer contactos e a enviar emails”.
“The Voice Portugal” e divórcio
Hoje à noite, na RTP1, regressa o “The Voice Portugal”, com Catarina Furtado a conduzir as operações e os jurados António Zambujo, Sónia Tavares, Sara Correia e Fernando Daniel. “Acho que é um programa marcante na RTP, que traz muito talento, os concorrentes têm muita capacidade e muitos antigos participantes estão a dar provas disso mesmo”, refere a anfitriã do espaço musical.
Uma palavra final para o divórcio, recente, do ator João Reis. “Estou muito feliz. Está tudo bem, as pessoas podem ser felizes (depois de se separarem) à mesma e podem ser amigas. Nós somos amigos e damo-nos muito bem”, garante a apresentadora.