O intérprete ítalo-americano chega às oito décadas com uma carreira brilhante e uma vida pessoal não menos rica, depois de ter sido pai recentemente, aos 79 anos.
Guy Lodge, jornalista do “The Guardian”, conta, numa coluna do jornal, como se lembrou dos 80 anos do ator Robert de Niro, que se assinalam hoje: “Uma breve onda de interesses dos tabloides surgiu em torno de Robert de Niro há alguns meses, após a notícia que ele havia gerado o seu sétimo filho, aos 79 anos. Não tive nenhum interesse particular na história: o choque para mim foi que De Niro, ainda entre os atores mais vitais e magnéticos em atividade, estava a chegar aos 80 anos”, escreveu.
E as oito décadas chegaram mesmo ao ator, cineasta e produtor ítalo-americano, que nasceu em Nova Iorque, nos Estados Unidos, no dia 17 de agosto de 1943. Curiosamente, o anúncio do sétimo filho acabou por ser um preciosismo – curioso -, de Robert de Niro durante uma entrevista à jornalista Britnee Blair, do “ET Canadá”, que a propósito do mais recente filme “O Meu Pai é um Perigo”, falou sobre os “seis filhos” do entrevistado. “Sete, na verdade. Acabei de ter um bebé”, corrigiu De Niro, que não revelou na altura quem era a mãe do recém-nascido – soube-se, entretanto, que se chama Tiffany Chen, uma produtora de filmes em Hong-Kong.
Quanto aos restantes filhos, com a primeira mulher, Diahanne Abbot, teve Drena, de 51 anos e Raphael, de 46, com a ex-namorada Toukie Smith os gémeos Aaran e Julian, de 27 anos e que do seu último casamento, com Grace Hightower, nasceram Elliot, de 25 e Helen, de 11. O casal divorciou-se em 2018, depois de 20 anos de relação.
Numa altura em que, nesta idade, muitos atores veteranos são colocados em papéis secundários, o intérprete, que tem mais de 100 filmes na sua carreira, mantém uma persistência e motivação assinaláveis que lhe permitem estar na ribalta, como aconteceu há quatro anos, com “O Irlandês”, ao lado de Al Pacino, Joe Pesci ou Harvey Keitel. Isto apesar de a crítica não ter sido unânime na análise à participação em comédias mais ligeiras, como “Um Sogro do Pior” (2000).
Dois Óscares
Para De Niro, a ribalta surgiu em 1974, com “O Padrinho, Parte II” (Óscar para Melhor Ator Secundário) e seguiu-se “Taxi Driver”, dois anos depois. Com “Touro Enraivecido” (1980) ganhou a estatueta dourada para Melhor Ator Principal.
“Era Uma Vez na América” (1984), “A Missão” (1986), “Tudo Bons Rapazes” (1990), ou “Cabo do Medo” (1991) estão entre os filmes mais marcantes do artista.
Da amizade e parceria com o amigo e realizador Martin Scorsese brilhou em personagens emocionalmente instáveis como “Nova Iorque, Nova Iorque” (1977), “O Rei da Comédia” (1983), “Tudo Bons Rapazes” (1990) ou “O Cabo do Medo” (1991).
Apaixonado pelo bairro de Tribeca, em Nova Iorque, Estados Unidos, criou o festival de cinema independente Tribeca Film Festival. Este certame cultural vai, aliás, homenagear o seu fundador com o evento “De Niro Con”, um evento de fãs que dura três dias – entre 29 de setembro e 1 de outubro -, no Spring Studios, em Nova Iorque. A organização promete exibições, conversas, exposições e convidados especiais.
Com a celebração dos 80 anos, Robert De Niro aproxima-se ou iguala a idade de outras estrelas de Hollywood que o acompanharam ao longo da carreira: Joe Pesci, 80 anos, Al Pacino, 83 anos, ou Clint Eastwood, 93 anos. Todos eles lendas, todos eles com uma história que não tem fim à vista.