“Baby”. Conheça a série da Netflix acusada de trivializar e promover tráfico sexual de menores

A série italiana “Baby”, lançada esta semana pela Netflix, está a ser acusada por uma organização de combate ao abuso sexual de menores de trivializar o tráfico sexual de adolescentes.

Duas adolescentes italianas, nascidas no seio de famílias abastadas de Roma, são atraídas para um submundo onde reina a prostituição. É esta a premissa da série italiana “Baby”, produzida pela Netflix.

Lançada esta sexta-feira, a trama já está a ser alvo de duras críticas, nomeadamente por parte do Centro Nacional de Exploração Sexual dos Estados Unidos (NCOSE), por trivializar e promover o tráfico sexual. Isto porque, segundo as leis federais norte-americanas, qualquer pessoa com menos de 18 anos que faça sexo em troca de dinheiro é, por definição, vítima de tráfico sexual.

No início do ano, quando a série foi anunciada, 55 sobreviventes de crimes sexuais uniram forças ao NCOSE para enviar uma carta à plataforma de “streaming”, manifestando as suas reservas em relação a “Baby”. Mas o apelo foi ignorado.

“Apesar de apoiar o movimento #MeToo, a Netflix parece ter ignorado completamente a realidade da exploração sexual. Apesar das reclamações de sobreviventes de tráfico sexual, especialistas na matéria e provedores de serviços sociais, a Netflix está a promover o tráfico sexual ao insistir na transmissão de ‘Baby’. Claramente, estão a priorizar o lucro em detrimento das vítimas de abuso”, denunciou Dawn Hawkins, diretor do NCOSE.

Quando se pronunciou acerca da trama italiana pela primeira vez, a Netflix apelidou-a de “arrojada”. Mas Hawkins discorda totalmente. “Não há nada de arrojado na exploração sexual de menores. Esta série ‘glamoriza’ o abuso sexual e trivializa a experiência de incontáveis jovens mulheres e homens que sofreram de tráfico sexual.”

Até à data, a Netflix ainda não respondeu às acusações.

TEXTO: Carolina Morais

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