Júlio Isidro lamenta morte de Madalena Iglésias. “Perdemos uma rainha”

Júlio Isidro recordou Madalena Iglésias e a sua contribuição para a cultura musical portuguesa. O “senhor televisão” lamentou a morte de uma “rainha” e o facto de a cantora não poder assistir ao reviver do espírito do Festival da Canção.

“Foi uma grande vedeta do nosso meio artístico e a dada altura resolveu tomar outras opções. Uma opção pela família, por outro tipo de vida, e, quando cortou com a carreira, cortou mesmo. No entanto, exatamente por isso, manteve uma aura de ‘desejada’. Queríamos todos que ela voltasse”, começou por dizer Júlio Isidro, de 73 anos, à N-TV.

O “senhor televisão”, que comemora no mesmo dia em que morreu Madalena Iglésias 58 anos de carreira, o que considerou um marco “com sabor amargo”, recordou ainda a carreira cinematográfica da cantora. “Outro aspeto interessante da sua carreira, para além da sua música, é que ela fez par romântico em muitos filmes com o António Calvário. Eram filmes ingénuos, românticos, mas que chamavam muito público”, lembrou.

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Júlio Isidro falou ainda à nossa revista digital sobre o tema que será recordado para sempre como a maior herança de Iglésias. “Em 1966, ganhou o Festival da Canção, com o tema ‘Ele e Ela’, e o que é mais curioso é que esta canção, que poderia ter ficado com o estigma de ‘uma cançãozinha’, acabou por ganhar vida e eternidade. Vários grupos e gente nova pegaram nela e fizeram novas versões”, afirmou.

“Hoje, o ‘Ele e Ela’ é quase um clássico. É uma canção que, de alguma maneira, marca um espírito: o espírito do Festival da Canção”
Júlio Isidro

O apresentador lamenta o facto de a cantora não poder assistir ao Festival da Canção de 2018, que se realizará em Portugal. “Todo esse espírito foi reconstituído a partir do ano passado, com a vitória do Salvador Sobral, e ela no ano passado, certamente, ainda teve ocasião de o ver, um festival à maneira do seu tempo. A poucos dias de um novo Festival ela já cá não está, mas nós estamos com ela”, afirmou.

“Perde-se um elemento de um quarteto que eu desejaria que fosse eterno: o António Calvário, o Artur Garcia, a Simone de Oliveira e a Madalena. Mas nada é eterno. Foram os quatro reis e rainhas de rádio. Perdemos uma rainha”, conclui Júlio Isidro.

TEXTO: Mafalda Carraxis

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