Rita Pereira reage à polémica da apropriação cultural com as tranças

Rita Pereira
Fotografia: Instagram Rita Pereira

Rita Pereira reagiu pela primeira vez, esta terça-feira, 19 de julho, à polémica depois de ter sido acusada de apropriação cultural por ter utilizado tranças na emissão deste domingo do programa “Uma Canção Para Ti”.

A atriz começou por destacar que é contra a “desigualdade, a segregação racial, a discriminação social e o racismo”. “Desde que faço televisão que me manifesto contra o mesmo publicamente. São 18 anos a ‘chegar-me à frente’ no que diz respeito ao racismo”, escreveu.

A intérprete salientou que foi das primeiras (não afro descendentes) “a falar de racismo em televisão, sem medo do que isso implicaria”. “Não sou eu, uma branca privilegiada, que devo falar sobre isto, mas tendo consciência plena deste privilégio e da influência que tenho no meu país, não posso ficar calada, deixando que me apontem o dedo como ‘desinformada’”, disse, revoltada.

Rita Pereira
Fotografia: Instagram Rita Pereira

Seguiu-se um exemplo pessoal de uma mulher que foi despedida em Portugal por utilizar tranças no emprego. “O cabelo de um africano, as danças e a afro é vista (por estes racistas) como sujo, impróprio, pouco profissional e não é digno”, adiantou.

Mesmo sabendo deste testemunho, Rita Pereira fez as tranças na mesma, porque, após conversar com o seu namorado e alguns amigos, percebeu que não se tratava de apropriação cultura, mas sim admiração.

“Devido à minha história de vida em relação à cultura africana, o facto de respeitar, admirar e honrar a cultura, sendo ativista em relação ao racismo, faz com que não seja uma apropriação cultural, mas sim admiração cultural”, explicou.

No final, a jurada do programa “Uma Canção Para Ti” (TVI) espera que esta polémica tenha ajudado a trazer à “praça pública” a “questão da cultura capilar” para que esta seja “aceite em qualquer lugar, empresa e comunidade”.

Lembre-se que Rita Pereira foi criticada por várias internautas e caras conhecidas, nomeadamente Maria Sampaio. “Para brancos é só uma moda e a nossa vida continua igual. Num lugar de privilégio, como sempre! Para pessoas negras não. Isto é tão mais profundo”, afirmou.