Diretora de casting de “Casa Gucci” elogia atores nacionais: “Falam inglês sem sotaque”

Fotografias: Afonso Castella
Kate Rhodes James, diretora de casting do último filme de Ridley Scott, “Casa Gucci”, esteve em Portugal com atores portugueses que têm ambições internacionais e mostrou-se impressionada com o que viu.
Portugal recebeu nos passados meses de junho e julho mais uma edição do “PASSAPORTE LISBOA’ 23”, desenhada e organizada por Patrícia Vasconcelos, em parceria com a Academia Portuguesa de Cinema e financiada pelo Fundo de Fomento Cultural do Ministério da Cultura, a Câmara Municipal de Lisboa e a Fundação GDA.
A iniciativa voltou a trazer ao nosso país alguns dos nomes mais fortes da indústria cinematográfica internacional, que pretende divulgar os atores nacionais além-fronteiras. José Condessa ou Ângelo Rodrigues foram dois dos intérpretes que participaram nas entrevistas com alguns dos diretores de casting mais conceituados do mundo.
Patrícia Vasconcelos, responsável pela iniciativa
Kate Rhodes James, diretora de casting do último filme de Ridley Scott, “Casa Gucci”, esteve à conversa com a N-TV num hotel de Lisboa e foi bastante elogiosa para os artistas nacionais. “Conhecemos muitos atores portugueses ao longo do tempo. O que, internacionalmente, muitas vezes não se sabe é que vocês falam um inglês perfeito, sem qualquer sotaque. O que é difícil, porque em Espanha, ou no Brasil, é árduo conseguir isso. Profissionais como Alba Batista, Daniela Ruah ou Daniela Melchior estão a fazer um percurso extraordinário e fiquei também encantada com a qualidade que vi nesta minha viagem a Portugal”, começou por referir.
“O básico para uma boa audição é a preparação, mas também a vontade de conseguir o trabalho, ainda que façam uma má audição. O meu conselho é que, com a internet, ‘googlem’ sobre nós, sobre com quem vão falar. Finalmente, lembrem-se que 50 por cento do trabalho já está feito quando chegam à audição, porque só estão lá porque têm qualidade”, acrescentou.
Atualmente, os castings não são feitos, apenas, presencialmente com os diretores, mas também através de imagens gravadas pelos atores e, posteriormente, enviadas. “As ‘selftapes’ são ótimas. Inicialmente havia uma grande desconfiança por parte do meio cinematográfico, mas depois perceberam-se os benefícios. As pessoas, com uma selftape, têm mais hipóteses de ser ouvidas, como nunca tiveram antes. Acho que ter câmaras decentes para fazer uma gravação não é um investimento assim tão grande. Eu, por exemplo, posso ouvir agora muito mais pessoas”.
Quanto a “Casa Gucci”, um dos últimos filmes para os quais fez castings, Kate Rhodes James mostrou-se muito elogiosa para a protagonista. “A Lady Gaga já estava no projeto quando eu cheguei. Foi perfeita para aquele papel e trabalhou mesmo muito, não tomou nada como garantido e foi mesmo uma inspiração. Hoje em dia é uma artista extraordinária, ela até começou como atriz, curiosamente, depois é que foi para a música”, lembrou, à despedida.
Por Lisboa passaram, também, Nina Gold, responsável por fenómenos mundiais como “Game of Thrones”, “Star Wars” ou “The Crown”, Agathe Hassendorfer e Fanny de Donceel, ambas responsáveis pelo casting de “La Nuit du 12” – que venceu, este ano, o César para melhor filme francês.
Cindy Tolan, diretora de casting do último filme de Steven Spielberg “The Fabelmans”, ou Debbie Mcwilliams, diretora de casting da saga “James Bond”, são já presenças regulares no PASSAPORTE LISBOA’23.