José Carlos Malato e João Caçador formam o “casal do ano”. A distinção foi feita pelo site dezanove.pt, um projeto de informação dirigido à população LGBTI que se expressa em português. O apresentador da RTP1 não se mostrou indiferente a esta homenagem.
Na sua conta de Instagram, o comunicador, de 53 anos, partilhou a notícia da referida publicação digital, que justifica esta escolha editorial com o facto de o casal não ter hesitado em “participar na iniciativa do dezanove #istonãochoca, levada a cabo para combater os comentários homofóbicos surgidos após as capas da revista ‘Cristina’ terem sido conhecidas.”
“Mais uma vez, duas figuras públicas mostram
que amar faz bem e o preconceito não faz sentido.”
dezanove.pt
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A edição do projeto editorial de Cristina Ferreira a que o site dezanove.pt se refere é a de julho, quando a apresentadora colocou na capa da sua revista dois casais homossexuais. Na altura, a estrela da TVI fundamentou a sua escolha por querer “lançar discussões” e “fazer com as que as pessoas pensem um pouco nos assuntos”. “O nível de linguagem é tão obsceno e violento, que tive medo que estas pessoas sofressem”, comentou na altura, referindo-se às reações do público às duas capas.
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Por esta decisão editorial, e por ter usado “a sua popularidade em prol de uma causa”, explica o mesmo site, Cristina Ferreira foi considerada a “personalidade nacional do ano”.
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Para além da distinção de “casal do ano”, o guitarrista João Caçador foi também considerado, ao lado de Lila Fadista, o “grupo do ano”. Os dois formam o Fado Bicha. “Não se trata apenas de uma subversão das convenções do fado. Músicas ‘Bia da Mouraria’ ou ‘Crónica do maxo discreto’ são verdadeiros hinos à diversidade e à realidade gay portuguesa”, escreve o dezanove.pt.
“O fado é muito bicha e sempre foi,
só faltava alguém pegar nele dessa maneira.”
dezanove.pt
A mesma iniciativa destacou, entre outros, o primeiro-ministro luxemburguês, Xavier Bettel, como “personalidade internacional do ano”, por ter apresentado o seu marido, Gauthier Destenay, aos seus homólogos líderes europeus numa cimeira da União Europeia, a peça “Avenida Q” como o “espetáculo do ano”, a longa-metragem “Al Berto”, de Vicente Alves do Ó, como o “filme do ano” e o formato “E Se Fosse Consigo?” (SIC), apresentado por Conceição Lino, como o “programa de televisão do ano”.
Para o mesmo site, António Gentil Martins é detentor da frase do ano, pela afirmação que fez sobre a homossexualidade. “É uma anomalia, é um desvio de personalidade. Como os sadomasoquistas ou as pessoas que se mutilam”, afirmou o médico, em entrevista ao jornal “Expresso”.
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TEXTO: Dúlio Silva